Nossa Senhora da Guia é um dos muitos títulos atribuídos à Virgem Maria e que caracteriza uma das muitas facetas e características da Mãe de Deus. Neste caso, acentua o seu carácter de padroeira dos navegantes, sendo a sua devoção muito forte em Portugal, um país com uma longa e histórica tradição marítima. Este título teve origem no facto bíblico de que Maria guiou muito Jesus, o Deus encarnado e o Filho de Deus, quando Ele era ainda criança e jovem.
A sua festa litúrgica é celebrada 15 de Agosto, mas podendo ter a sua data móvel em alguns lugares de devoção, nomeadamente no Brasil.
Geralmente, a Nossa Senhora da Guia encontra-se sentada, segurando o Menino Jesus nos braços, como que o amparando, encontrando-se ambos coroados. Em algumas representações, a Virgem Maria segura também uma estrela em uma das mãos, simbolizando a Estrela da Guia, que conduziu os Reis Magos até a manjedoura onde encontrava-se o Menino Jesus. Isto pode ainda simbolizar o seu carácter de Guia e a sua capacidade de levar a humanidade a seu filho Jesus.
Mas, existem diversos outros ícones da Virgem da Guia, variando conforme a localidade e os costumes. Representações mais recentes apresentam Maria a meio corpo, vestida com uma túnica branca e um manto azul. Sobre a cabeça um véu branco e as mão unidas em oração.Sob o aspecto histórico, o título de "Nossa Senhora da Guia" tem sua origem na Igreja Ortodoxa, onde a Virgem Maria é invocada sob o nome “Odigitria”, que significa “Condutora”, “Guia” de Jesus Cristo desde a infância até o início de sua vida pública, conseqüentemente invocada como guia e protetora do povo de Deus e do Homem. Mais, tarde, foi adoptada pela Igreja Católica e o seu culto espalhado por diversos locais, onde a Nossa Senhora da Guia passou a ser venerada
No Brasil, sua difusão deve-se aos portugueses, que trouxeram a devoção de Portugal, onde a festa comemora-se junto com Nosso Senhor do Bonfim. Por este motivo, no ano de 1745, um Capitão da Marinha Real aportou na cidade de São Salvador, na Bahia, trazendo em seu navio tanto a imagem de Nossa Senhora da Guia quando a de Nosso Senhor Jesus do Bonfim, as quais foram transportadas até à Igreja de Nossa Senhora da Penha, situada na localidade de Itabagipe.
Católico devoto, decidiu difundir no Brasil a devoção enraizada em Portugal e passou a ter a idéia de construir um novo templo dedicado ao Senhor do Bonfim e à Virgem da Guia. Suas intenções não tardaram. Inicialmente conseguiu liderar um grupo de fiéis para fundar a Associação de Devoção do Senhor do Bonfim, cuja meta era difundir os dois cultos, bem como levantar verbas para concretizar a construção da igreja. De fato, as suas intenções floresceram rapidamente, de forma que em seguida iniciou-se a construção no então Montserrat, hoje Alto do Bonfim. Finalmente, no ano de 1754, as duas imagens foram trasladadas numa grande procissão solene, da igreja da Penha para a nova igreja, dedicada a Nosso Senhor do Bonfim.
Houve muitas variações quanto à data comemorativa e, por este motivo, a Associação de Devoção do Senhor do Bonfim ingressou com pedido no Vaticano para o estabelecimento da data, tendo o Papa Pio VII definido que a comemoração deveria ser feita no segundo domingo após a Epifania do Senhor. Assim, a celebração é sempre comemorada no mês de Janeiro, mas não possui dia fixo, por acompanhar o calendário das festas móveis da Igreja
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Nossa_Senhora_da_Guia
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