“Sempre à caminho, mas nunca desenraizados”
Durante os dias 15 a 19 de Janeiro de 2020, a Juventude Missionária (JM) do Brasil esteve reunida em Planaltina, Distrito Federal (DF), com representantes de todos os Estados brasileiros, para vivenciar o primeiro Congresso Missionário e mais uma experiência da missão sem fronteiras, bem como comemorar os 15 anos da JM.
Fazendo uma retrospectiva dos 15 anos de caminhada da Juventude Missionária no Brasil, orientados por Lucas Guerra e Solivan Altoé, foi lembrado o caminho trilhado e as perspectivas para que o serviço de animação e testemunho missionário prossiga. Banhar-se na fonte e engendrar novos caminhos, “é sempre bom olhar para história e projetar o amanhã” reforçando o apelo do Papa de revitalização voltada para as raízes do carisma.
Os jovens divididos por grupos discutiram as problemáticas em plenária. Todos foram motivados pelos questionamentos “o que a JM quer?” e “como aprofundar a identidade, espiritualidade e compromisso social, inspirados por Paulina Jericot, mantendo sempre aceso nosso carisma”. Durante o Congresso ocorreram tambem inumeras oficinas e rodas de conversa, bem como leituras orantes da palavra de Deus, danças circulares e apresentações culturais.
Nos últimos dias da estadia em Planaltina os jovens foram convidados para realizar mais uma experiência da "Missão sem fronteiras", tomando as ruas da cidade e também a zona rural, visatando as famílias das comunidades e pregando o evangelho com muito testemunho, amor e esperança.
Ao final do Congresso foi publicada a Carta-compromisso da JM, que reflete e sintetiza bem os valores, objetivos e ideais da JM para os proximos anos, na qual segue:
Confira a carta-compromisso:
“Sempre à caminho, mas nunca desenraizados”
Celebramos em Planaltina (DF), entre os dias 15 e 19 de janeiro de 2020, o I Congresso Nacional, que concluiu um processo de 3 anos, e experienciamos a V Missão Sem Fronteiras da Juventude Missionária (JM), atentos às realidades plurais que encontramos. Nós, juventudes, escutando o apelo do Papa Francisco, reconhecemo-nos como Batizados e Enviados, e nos encontramos hoje como uma só Igreja, jovem e sinodal, com diferentes rostos, personalidades e culturas.
No decorrer desses 15 anos, assim como o mundo, a JM também se transformou. Inseridos em uma mudança de época, somos cada vez mais concretos em nossos propósitos. Ousados e inquietos, estamos certos de que o Senhor permanece conosco e que ainda temos um longo caminho a percorrer, em nossos grupos e comunidades, caminho este que necessita de fé e discernimento, para irmos até as diversas periferias, superando as barreiras que levam à exclusão e à violência.
Assumindo o nosso batismo e ouvindo o próprio Jesus que nos diz “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15), somos jovens missionários de uma Igreja em saída. Somos uma juventude repleta de medos e anseios, mas cheia de esperança e sonhos, que entende a necessidade de florescer e ultrapassar as fronteiras geográficas, sociais e culturais, para testemunhar o amor, a paz, a fraternidade e a luta pelo bem viver, sem que sejamos separados pelas diferenças, pois somos todos irmãos (Mt 23, 8).
A nossa identidade nos leva ao diálogo, a escuta e ao encontro do rosto de Cristo nos irmãos que sofrem, que são excluídos e marginalizados, revestidos com a Sua Luz e Sua Vida, seguindo os passos de Paulina Jaricot, fundadora da Pontifícia Obra da Propagação da Fé (POPF), a qual pertencemos. Como prioridade, reafirmamos o nosso compromisso com mais inclusão e respeito às diferenças, estando dispostos a sermos acessíveis à diferentes públicos sobretudo com os que sofrem com preconceito e a exclusão. Buscamos encorajar discussões, trazendo diretrizes para os temas mais pertinentes às juventudes na Igreja e na sociedade. Para o próximo triênio estaremos aprofundando ainda mais na Palavra de Deus e o Discernimento, Serviço e Testemunho, para celebrarmos os 200 anos da Obra da Propagação da Fé e os 100 anos das Pontifícias Obras Missionárias.
Deus acende estrelas para nós, a fim de podermos continuar a caminhar (Christus Vivit). O nosso chamado é ser jovem missionário em todos os âmbitos, dispostos a partir para terras sedentas de vida em abundância, e perceber que “a vida se alcança e amadurece à medida que é entregue para dar vida aos outros. Isso é, definitivamente, a missão” (DAp 360). Refletindo sobre tudo isso, nos sentimos instigados a assumir um protagonismo na mudança das realidades, nos reconhecendo como missionários em nosso chão e Ad Gentes.
Que o sim de Maria encoraje o nosso, e que Santa Terezinha e São Francisco Xavier, sejam intercessores da nossa vivência do Mistério da Vontade de Deus.
Jovens missionários, sempre solidários!
Planaltina (DF), 19 de janeiro de 2020.
Fonte: http://www.pom.org.br/
Representantes da JM da Paraiba no Congresso, da esquerda para direita: David, Paulina, Rayane e Romualdo.
A alegria dos jovens durante o congresso foi contagiante